Turismo Rural no Kholonii Plats: uma forma de vivenciar a colônia em Santa Maria do Herval

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Em um mundo cada vez mais conturbado e acelerado, imagine, por alguns momentos, emergir em um universo diferente, vivenciando de perto como é a realidade da colônia através de experiências únicas. Trocar a turbulência da cidade, pela calmaria do interior. Em breve isso será possível no empreendimento Kholonii Plats, na localidade de Alto Padre Eterno.

Ana Júlia, Roselaine e Mário na entrada da propriedade (Créd. Cleiton Zimer)

Os últimos detalhes estão sendo alinhados para, nos próximos meses, começar a receber turistas. O projeto anda junto com outros do segmento que estão surgindo diante do desenvolvimento turístico no município, com foco especial às características locais.

A propriedade – que fica às margens da RS-373 – pertence à família Knorst. Roselaine, 50 anos, e Mário, 54 anos, compraram as terras quando ainda estavam namorando, em 1991, do avô dela. Desde lá, sempre tiveram relação direta com a agricultura.

Roselaine, Mário e Ana Júlia estão organizando tudo para abrir o empreendimento em breve. Na foto, estão em um dos pontos especiais onde tem churrasqueira (Créd. Cleiton Zimer)

Porém, com o passar dos anos, as dificuldades na roça foram tornando o caminho para a subsistência cada vez mais estreito, de tal forma que fez-se necessário que Mário fosse para a indústria calçadista. Roselaine permaneceu na lida e, assim, através de algumas coisas que plantava e outros trabalhos por fora – como faxina e cuidando de crianças, fazendo pães e cucas para varejo –, a família foi se mantendo ao longo dos anos.

Com dois filhos, Mário Júnior e Ana Júlia, a família foi enfrentando as dificuldades que atingem todos os agricultores, mas, sem nunca perder de vista o capricho na propriedade, tanto no plantio como na criação de animais. E, mais, com criatividade.

Vista da parte de cima da propriedade que receberá os visitantes (Créd. Cleiton Zimer)

Expectativa

<10> Roselaine conta que a ideia de transformar a propriedade num empreendimento de turismo voltado para o meio rural surgiu através da procura da Emater. “Apresentaram um projeto do Vale Germânico de implantação do Turismo do Rural. Nos disseram que tínhamos potencial para isso devido ao lugar”, conta.

A agricultora já tinha contato anterior com turistas, afinal, fica no caminho para quem vai e vem de Gramado. “Eles vem aqui comprar frutas e outras coisas”, explica. Agora, com a obra do asfalto – que está em andamento –, o tráfego de pessoas deve ser ainda maior e, culminado com a localização privilegiada, a expectativa do Kholonii Plats é grande – tanto dos proprietários, como que busca um lugar assim para recordar tempos passados e, ainda, apresentar para os mais novos como é esta realidade um tanto desconhecida para muitos.

Mário já parou de trabalhar na indústria. Ele, a esposa e a filha Ana Júlia estão se dedicando exclusivamente ao empreendimento – tanto na organização como divulgação.

Contato com a natureza, os animais e o dia a dia do interior

O que encontrar aqui?

Os visitantes terão contato com os animais da propriedade (Créd. Cleiton Zimer)

Tudo será feito via agendamento, afinal, o cotidiano da família terá de fluir. “Como trabalhamos na roça, temos que conciliar com o trabalho. O turismo rural é algo em que a lavoura faz parte”, explica Roselaine. Inicialmente receberão de 15 a 20 pessoas por vez.

Ao chegar, o visitante viverá o espírito da colônia mesclado com a cultura alemã – através de placas com dizeres em português e traduzidos para o Hunsrik. “Podem vir de manhã, ver como alimentamos os animais, quando ordenhamos as vacas, como coletamos os ovos”.

Todos os objetos são tratados como uma forma de arte (Créd. Cleiton Zimer)

Lá terá galinhas e galos livres na propriedade, porcos, coelhos, codornas, gado solto no pasto. Animais que são criados para o sustento da família. Para interagir, tem cães e gatos também.

Terá a opção de fazer piqueniques. Um local ao lado do potreiro com churrasqueira e, também, um quiosque. E, para quem quiser participar, terá a oportunidade de ajudar a fazer pão do jeito tradicional.

Quem vier, poderá colher algumas frutas direto no pé (Créd. Cleiton Zimer)

No projeto tem horta orgânica, em que os visitantes poderão colher alguns produtos. “Têm pessoas que nunca colheram um pé de cenoura, por exemplo, e poderão fazer, tudo sem agrotóxicos”. Com o tempo, pretendem ampliar, levando os turistas para outras propriedades da família mas, por ora, isso ainda depende de algumas questões burocráticas para ser implantado.

Copo de Leite

Quando pronto, a flor símbolo do empreendimento será o Copo de Leite. “Onde posso estou plantando alguns pés”, conta Roselaine. De fato, em cada parte da propriedade a família plantou um pouco: na entrada, na lateral do córrego com água cristalina, ao lado do cercado dos animais.

Terá vários tipos de ervas naturais, que as pessoas podem usar para fazer chás. Além disso, há algumas frutas que podem ser colhidas no pé.