Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – No Teewald, na divisa entre as localidades de Boa Vista e Alto Padre Eterno, se esconde um recanto de relíquias pouco conhecido – mas de riquezas históricas incomparáveis. É o Antiquário do Xupim – o Eldo Spiering, 72 anos.

Na propriedade da família, onde mora com a esposa Aurélia, 68 anos, e com o filho Mariano, 33, ele guarda milhares de itens antigos separados em dois galpões, além da garagem e de parte da casa.

O local fica às margens da RS-373 que está sendo pavimentada e se tornará, em breve, uma das rotas alternativas entre a Região Metropolitana e a Serra, encurtando o trajeto por cerca de 30 quilômetros.

DE TUDO

Ao chegar na propriedade de Xupim, já na entrada, é possível ver que o local é um pouco diferente: têm carroças antigas espalhadas pelo pátio, um “vint mil” – usado para limpar grãos, rodas, barris e até uma banheira velha.

Nos fundos está o galpão. A porta de correr é de madeira e pesada. Eldo só a consegue abrir com muita força. De primeira, o pensamento que vêm à mente é: quanta coisa. Mal e mal dá para caminhar entre os itens.

Eles estão empoeirados. São tantos que é impossível parar para arrumar [pois o local não é tão grande assim], muito menos, tirar a poeira – levando em conta, principalmente, que até então ficavam às margens de uma estrada de chão onde poeira era uma constante.

Lá dentro há livros, lustres, máquinas de custura, ferros de passar roupa à brasa, ferramentas para polir madeira, galões de leite, malas, copos, tigelas, televisões, rádios, vidros, chuveiro de pendurar no teto, máquina de escrever, selas de cavalo, relógios, caixas de cerveja, até mesmo uma cervejeira de madeira – que ele garante que ainda funciona, garrafas da Pepsi e Coca históricas, gaitas, serrotes, balanças de mercado, penicos, moedores, lampiões, até espadas e muito mais.

UMA VOLTA AO PASSADO

Entrar no galpão é voltar ao passado em cada olhar, submergindo em lembranças que cada item traz, principalmente, para aqueles que viveram com intensidade as gerações 70/80/90/2000.

Homem humilde singular e simples, Xupim é aposentado e agricultor – planta uma e outra coisa e cria seus animais. Ele conta que nem se lembra ao certo quando foi que começou a juntar material antigo. “Fui começando a comprar, aos poucos.” Quando viu os galpões estavam lotados. São tantos objetos que ele nem sequer lembra de onde foi que conseguiu cada.

Apesar do local não ser muito divulgado, Xupim conta que há muitos clientes de diversos lugares que vêm em busca das coisas antigas. Tal qual restaurantes, até mesmo hotéis de Gramado e Canela. Têm também pessoas que vem de outros Estados, levando consigo cargas de produtos. As prefeituras da região, tal como a de Herval e Morro Reuter, também costumam usar alguns itens para expor em eventos como a Kartoffelfest e a Festa da Lavanda.

Ele consegue as coisas visitando toda a região. Vai nas famílias e lhes faz propostas para os produtos e paga por eles.

Quem quiser conhecer o local pode contatar Xupim pelo 053 99109-1582 – Sim, o DDD é 53 pois é o primeiro número dele, quando, antigamente, comprou um celular lá em Rio Grande.

VEJA UM POUCO DO LOCAL: