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Esporte

Após lesão, Marlei é bicampeã da Maratona Fila em São Paulo

01/09/2023 - 10h47min

Atualizada em 01/09/2023 - 13h56min

Marlei na chegada da prova que aconteceu na USP (Foto: Rômulo da Cruz)

Por Nicole Pandolfo

Atleta é segunda no ranking de maratonas brasileiras de 2023

A atleta Marlei Willers, 45 anos, moradora de Morro Reuter, conquistou mais uma vitória importante na sua carreira como corredora. No domingo, 27, ela venceu pela segunda vez a Maratona Fila, disputada na Universidade de São Paulo. A bicampeã completou os 42 quilômetros em duas 2 horas, 48 minutos e 26 segundos, 10 minutos à frente da segunda colocada.

Biotipo e empenho influenciam nas vitórias

Marlei considerou a prova uma das mais duras no quesito físico. Em junho deste ano, após a Maratona de Porto Alegre, ela sofreu uma lesão inflamatória que a impediu de correr por 4 semanas, sobrando pouco tempo de preparação para a maratona. “Foi uma prova sofrida. Até o quilômetro 30 eu administrei bem, mas nos últimos doze o corpo sentiu bastante a falta de ritmo.” Apesar da dificuldade, Marlei diz que o tempo frio do dia a ajudou: “Quando o corpo falhou, a mente tomou as rédeas da prova.”

Considerada uma corredora de resistência, Marlei se destaca em provas de longas distâncias. Julio Pauletti faz parte do grupo de profissionais multidisciplinares que cuidam da atleta e explica que o desempenho de Marlei está relacionado com o seu biotipo magro e leve, o que é muito eficiente para correr. Além disso, a capacidade genética e o talento pro esporte também colaboram para o sucesso de Marlei nas pistas. Mas ele ressalta que nada disso é suficiente sem muita dedicação e empenho: “A Marlei é muito empenhada, treina diariamente pra conseguir conquistar essa evolução nas corridas”, explica o treinador físico.

A segunda posição no ranking de maratonas brasileiras de 2023 faz Marlei ser considerada uma atleta profissional por marcas, mas ela ainda se encontra numa situação de atleta amadora porque não vive só da corrida. Marlei divide sua rotina entre os treinos e a empresa Preta Pastas. “Por mais que eu tenha retorno financeiro, patrocinadores, eu não consigo viver só da corrida”, ela explica. Aos 45 anos, diz não saber por quanto tempo irá sustentar o nível profissional, “então não posso me dar ao luxo de abandonar a minha empresa.”

O INÍCIO NAS CORRIDAS

A corrida entrou na vida de Marlei de forma despretensiosa: “Nunca pensei em tornar isso profissional ou chegar onde eu cheguei, colecionando tantos títulos e vitórias e marcas bem significativas, até pela minha idade”, ela conta. Ela se interessou pela corrida através de uma propaganda no jornal e, no início, aos 39 anos, o objetivo principal era viajar, se divertir e interagir com o universo do esporte, mas logo o seu desempenho tomou outro rumo: “As coisas foram acontecendo, tomando a proporção que tomaram e hoje chegou num patamar que eu nunca imaginei.”

Atualmente, Marlei diz que a sua intenção é levantar a bandeira do esporte como algo possível, sem barreiras de idade, tempo certo ou condições específicas: “Hoje sei que eu tenho um legado pra deixar, princialmente pra poder abrir caminhos, pra não acontecer o que aconteceu comigo, aos 39 fui descobrir em mim um talento que, se tivesse sido descoberto aos 10, 12 anos, hoje, com certeza, eu seria uma atleta olímpica com facilidade.”

INCENTIVO

Aos que gostariam de começar a correr, Marlei deixa um recado: “Não vou enganar, a corrida é dolorida, por isso são poucos os que começam e continuam. Mas se quiser fazer algo transformador na sua vida, comece a correr. A corrida vai te mostrar o quanto você é forte. O esporte é transformador! Se você estiver meio perdido, meio sem rumo, calça um tênis e vai correr!”

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