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Projeto de ginásio não pode ser apresentado por Herval, afirma setor técnico; entenda

Proposta apresentada por Clérice gerou amplo debate
Santa Maria do Herval | No dia 1º de abril, o vereador Clérice Rodrigo de Moura (UNIÃO) apresentou uma indicação solicitando que o Poder Executivo elaborasse um projeto para a construção de um ginásio municipal de esportes, além de um segundo para investimento na promoção de esportes. Segundo ele, a prosta foi indicada pelo deputado estadual do partido, Thiago Duarte, e deveria ser apresentada em poucos dias no Ministério dos Esportes.
Clérice defendeu que era uma “oportunidade estratégica” para captar recursos federais e corrigir um déficit histórico na estrutura esportiva local. A indicação foi aprovada por unanimidade pelos colegas, apesar das críticas – e também inflou um debate na comunidade.
Contudo, na sessão seguinte, no dia 8, a proposta recebeu contrapontos por parte da assessora de projetos da Prefeitura, Milena Grasel, que esclareceu os trâmites e limitações envolvidas na apresentação de propostas federais.
Milena explicou que o programa citado por Clérice não está disponível para Santa Maria do Herval neste momento, uma vez que apenas os municípios de Pedreiras, Araioses e Penalva, todos no Maranhão, foram indicados como beneficiários aptos a participar do edital.
“O programa citado corresponde a uma modalidade de proponente específico do concedente, ou seja, só os municípios previamente indicados podem apresentar propostas. Santa Maria do Herval não está entre eles, portanto não pode nem poderá, neste momento, submeter um projeto neste programa”, afirmou.
Realidade de municípios pequenos não é tão simples
Ela também destacou que a realidade de pequenos municípios como o Teewald é diferente do que muitas vezes se imagina, e que o acesso aos recursos depende, em grande parte, da articulação política com deputados e do bom relacionamento com seus gabinetes.
“Estive em Brasília, e onde não há bom relacionamento, olham para o número de habitantes: se o município é pequeno e não dá votos, não há recursos. É política. Por isso, o papel dos senhores vereadores é fundamental”, disse Milena.
Além disso, ela esclareceu que a maioria das emendas é viabilizada por meio de indicação direta dos parlamentares. E que no caso da indicação de Clérice, há exigência de contrapartida mínima de 20% do valor do projeto, além de custos com aquisição de terreno, operação e manutenção da estrutura, o que também deve ser considerado.
“Deveria se desculpar”
O vereador Jaime Morschel (PDT) também se manifestou, agradecendo o esclarecimento da assessora e destacando a importância de debater as propostas com responsabilidade:
“Foi colocado com muita convicção pelo Clérice, e debatido amplamente, inclusive nas redes sociais. As pessoas entenderam que era só cadastrar e viria o dinheiro, mas não é dessa forma.”
Já o vereador Michel Lamell (MDB) sugeriu ao colega Clérice que se retratasse publicamente, após a repercussão nas redes sociais:
“Acho que o colega deveria se desculpar nas redes sociais, porque deu a entender que os colegas estavam fazendo corpo mole.”
“Aprendi”
Em resposta, Clérice reconheceu o equívoco em sua interpretação inicial do edital e agradeceu pelas informações recebidas:
“Estou no meu primeiro mandato, com 100 dias de gestão. Não encontrei essa informação quando pesquisei. Aprendi. Agradeço a explicação”, disse, afirmando que vai seguir buscando viabilizar a construção do ginásio ou, quem sabe, até de um complexo esportivo.