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Polícia

Mais de dois anos enfrentando a dor do luto à espera de justiça em Santa Maria do Herval

01/11/2023 - 06h00min

Atualizada em 01/11/2023 - 10h05min

eferson (detalhe) foi encontrado morto a poucos metros da casa da mãe no dia 29 de julho de 2021 (FOTO: Cleiton Zimer / detalhe: arquivo família)

Assassino segue solto e família se sente desamparada

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval / Gramado – Dois anos e três meses já se passaram. Enquanto isso a dor da mãe Rosália Maria de Moraes se torna cada vez mais aguda: o assassino do seu filho Jeferson da Silva Pimentel segue impune.

Ele foi morto aos 24 anos na madrugada gélida de 29 de julho de 2021. Foram duas facadas mortais: na lateral do pescoço e outra na parte de baixo do queixo.

O autor, na época com 21 anos, fugiu e entregou-se espontaneamente horas depois com um advogado. Foi indiciado por homicídio doloso por motivo fútil mas, até hoje, não foi preso pelo crime.

Estamos indignados, abandonados pela justiça”, desabafou a mãe. “Parece que quem faleceu era o culpado de tudo. Já faz mais de 2 anos e nada aconteceu até hoje, nenhuma audiência.

Jeferson deixou um filho, que no dia 6 de novembro completa quatro anos. “Ele lembra e pede do pai todo dia. Diz que o papai tá no céu.”

FASE INICIAL

De acordo com o Ministério Público de Dois Irmãos o processo está em fase inicial de instrução, com oitivas de testemunhas, e está encaminhado ao juiz para a marcação de audiências.

Em questionamento ao Fórum se há alguma previsão, foi respondido que o processo está sob sigilo.

O que se sabe?

O crime aconteceu na localidade de Alto Padre Eterno, divisa com Serra Grande/Gramado.

Conforme a investigação da Polícia Civil, vítima e indiciado não tinham qualquer discórdia que pudesse motivar o crime. Eram amigos.

O investigado devia R$ 100 para a Jeferson, o que seria referente a uma relação de moto. 

E naquela madrugada tinham combinado de quitar a dívida. Nas últimas trocas de mensagens, tudo estava aparentemente bem.

Corpo encontrado a poucos metros da casa da mãe

De acordo com as câmeras de segurança das proximidades, à 00h15 Jeferson foi visto subindo à ERS-373. Ele caminhava tranquilamente iluminando o caminho com o celular.

Sete minutos depois, à 00h22, ele volta correndo. 00h34 um carro vai atrás dele e entra pela rua onde o corpo foi encontrado, em questão de um minuto o veículo retorna. Demora cerca de 10 minutos e dois carros (o primeiro e mais um) voltam para o lugar, desta vez em alta velocidade, e depois saem novamente.

Ao amanhecer daquele dia o corpo de Jeferson foi encontrado, ensanguentado e com golpes de faca no pescoço e bochecha, a poucos metros da casa da mãe em uma estrada sem saída, paralela à ERS. O padrasto o viu primeiro e acionou a polícia.

De acordo com o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), Jeferson morreu em decorrência de hemorragia cervical e asfixia por laceração da laringe.

VERSÃO DO INDICIADO

Em depoimento à polícia o acusado disse que se desentenderam e entraram em luta corporal. Em determinado momento Jeferson teria sacado uma faca, que o desarmou, mas que não sabia se o tinha atingido. Cada um teria ido para o seu lado e teria jogado a lâmina no mato.

Disse que não efetuou o pagamento combinado pois Jeferson estava muito alterado. Que eram amigos, sempre bebiam juntos e jogavam conversa fora.

O irmão do indiciado relatou à polícia que ele chegou em casa afirmando que havia brigado com Jeferson, que achava que ele estava machucado. O irmão teria ido atrás, porém, não o achou. Voltou, perguntou novamente e, mais uma vez, teria ido em busca. Desta vez encontrando o corpo no chão.

Disse que chegou a ver Jeferson com um pouco de sangue no rosto e que estava com os olhos abertos. O pai do suspeito teria ficado no carro, sem sair. E o acusado não teria ido junto.

Eles teriam retornado para casa e, somente então, acionado o socorro. Conforme o inquérito, afirmou que primeiro ligaram para os Bombeiros, que teriam orientado chamar o Samu, porém, isso não foi confirmado.

A lâmina em questão, que é de uma faca sem cabo, foi localizada pela Brigada Militar no local onde teria ocorrido a briga.

Família se mudou

A mãe Rosália Maria de Moraes e o padrasto Jeferson Stahler se mudaram do local onde tinham a casa própria, pois a cada dia viam a cena do corpo do filho. Volta e meia encontram o assassino na rua. 

 

 

 

 

 

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