Cadernos
Dia do Colono: “Se não fosse o agricultor, não existiria a humanidade”
Lindolfo Collor – O agricultor Belmídio Oscar Adam, 61 anos, vive com a esposa Lilian, 62, na localidade de 14 Colônias, em Lindolfo Collor, na mesma casa onde seus pais, Oscar e Vilma Adam (in memoriam) viviam e, como eles, trabalha na agricultura. É produtor de leite, mas também mantém algumas culturas, como pimentão e melão, em duas safras, que têm comprador garantido. “Só planto o que é comercializado certo”, diz o produtor rural que hoje conta com plantel de 28 cabeças de gado, das quais 22 são vacas leiteiras. Chega a tirar 250 litros de leite por dia, por ordenha mecânica, comercializados junto a uma cooperativa da região. Diz que já foi criador de suínos nos anos 90, mas hoje dedica-se mais ao leite.
É trabalhando na roça que ele garante o sustento da família e foi assim que criou as quatro filhas: Mirtes, Débora, Suelen e Cleiciane. Apenas uma filha continua a atividade do pai plantando verduras junto com o marido, na localidade de Vigia, mas seu Belmídio tem mais preocupação do que orgulho com o trabalho da filha, porque sabe as dificuldades do trabalhador rural. “Se a agricultura não der certo, vai ser difícil pra ela, que não estudou muito”, diz o pai preocupado com o futuro da filha Suelen, de 33 anos.
Belmídio sabe o quanto custa ser agricultor e diz que atualmente, para iniciar a atividade é preciso ter disponível em torno de R$ 500 mil. Diz que hoje as coisas são mais fáceis do que no tempo dos pais, quando o serviço era todo braçal. Sempre que pode ele investe em melhorias como o trator e o resfriador de leite que adquiriu, entre outros implementos que facilitam a rotina.
Uma data para refletir sobre a importância do colono
O produtor rural diz que entre as diferenças do trabalho na época de seus pais para os dias de hoje estão os custos, que hoje chegam a ser cinco vezes maior. “No tempo deles tudo era manual, mas não tinham tanto gasto”, aponta. Belmídio conta com a ajuda do neto, Allan Adam, 16 anos, na atividade, que afirma que pretende continuar na atividade. “Vou permanecer aqui, mas penso em me profissionalizar, buscar mais conhecimento, inovação e tecnologia”, diz Allan.
Belmídio sabe o valor do produtor rural e diz que ser agricultor hoje é crítico. “Sem querer me queixar, é difícil”, aponta. Segundo ele, “se não fosse o agricultor não existiria a humanidade”. Diz que é importante ter o Dia do Colono, para que todos possam refletir e dar mais importância ao homem do campo, mas lamenta que o colono seja lembrado apenas nesta data.