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Variedades

Terceiro filme da Série Grandes Mestres homenageia Maria Tomaselli

12/07/2019 - 15h59min

Ainda circulando com o documentário Zoravia, lançado em março, o cineasta gaúcho Henrique de Freitas Lima já trabalha no terceiro título da “Série Grandes Mestres”, que será dedicado à pintora, gravadora e autora Maria Tomaselli. As primeiras imagens foram capturadas na última semana, para registrar o lançamento do livro Azelene e a inauguração de mais uma mostra da artista (Voos abortados), na Galeria Gestual. O filme terá 70 minutos.

A equipe também já gravou o depoimento de seu marido, o intelectual Carlos Cirne Lima. A fotografia do documentário será assinada por Pedro Rocha. E a música da produção contará com a participação do cravista Fernando Cordella, em sua estreia em trilhas para cinema.

Atualmente, o diretor Henrique de Freitas Lima está viajando pelo interior do Estado com seus filmes anteriores. Nesta sexta-feira, 12 de julho, às 15h, participa de uma sessão comentada de Danubio na Semana de Bagé. O evento ocorre no Teatro Santo Antônio, no Centro Histórico Vila de Santa Thereza da cidade. E no sábado, 13 de julho, às 20h, apresenta Zoravia na Sala Cultural da prefeitura de Livramento.

O projeto
A “Série Grandes Mestres” teve início em 2010 com Danubio, com o episódio dedicado ao artista Danubio Gonçalves. Exibido em salas de cinema de Porto Alegre em 2012, o filme foi licenciado para TVs abertas e por assinatura e é uma referência no segmento pela linguagem acessível ao grande público e conteúdo integrado por imagens ao vivo, animação e material de arquivo.

Zoravia, segundo episódio, foi dedicado a Zoravia Bettiol, artista com décadas de carreira, consagrada no Brasil e exterior. Foi filmado em Porto Alegre e São Paulo, cidades em que a artista desenvolveu suas atividades ao longo de uma vida dedicada às artes visuais e militância por causas relacionadas à cultura, meio ambiente e direitos humanos. Estreou nos cinemas de Porto Alegre em março de 2019 e permaneceu seis semanas em cartaz.

Sobre Maria Tomaselli
Tomaselli, terceiro filme, se dedicará a narrar vida e obra da artista Maria Tomaselli Cirne Lima, nascida em Innsbruck, Tirol, hoje Áustria, em 1941. Residente no Brasil desde os anos 60, se converteu numa das principais artistas em atividade residentes no Sul e com renome nacional.

Numa vida marcada pelos anos duros da infância na Europa, durante e depois da 2ª Guerra Mundial, é um exemplo de persistência. Casada a vida inteira com o filósofo Carlos Cirne Lima, a quem conheceu no Tirol, deve a ele o apoio recebido desde sempre para que se dedicasse integralmente às artes plásticas, em que pese seu título de doutora em Filosofia. No momento, Carlos, aos 88 anos, vive sérios problemas de saúde e ela se dedica a cuidar-lo sem deixar de produzir. Precavido, o Diretor já gravou seu depoimento, fundamental para o êxito do projeto.

A par de uma longa carreira como artista plástica, em que teve como mestres nomes como Iberê Camargo, Xico Stockinger, Danubio Gonçalves e Ana Letycia, Maria sempre foi uma agitadora do mundo das artes, mantendo publicações e ateliers coletivos. Para acompanhar sua obra e trajetória, o filme passará por Innsbruck (Tirol), Viena, Porto Alegre, São Paulo e Olinda, onde o casal manteve casa por mais de vinte anos.

Carlos Cirne Lima, professor da UFRGS, foi cassado pelo regime militar em 1969 e teve de sustentar a ambos como executivo de empresas, habilidade que havia desenvolvido em Viena ainda como estudante de filosofia. Destinado a ser padre jesuíta por sua família católica, desembarcou em Munique, na Bavária alemã, aos 13 anos de idade, em 1949.

Os duros anos da ditadura militar serviram para unir o casal ainda mais e os levaram a viver em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Acompanhando-o, Maria agregou novos caminhos e influências à sua obra.

Nos últimos anos, tem se dedicado em paralelo a escrever e publicar textos. Foi assim com Kai (2015), relato autobiográfico com profundas discussões sobre arte, Vito (2017), livro de contos em que esmiúça a condição do artista, e Azelene (2019), seu primeiro exercício de ficção a partir das vivências como oficineira de artes no Presídio Central de Porto Alegre em conjunto com Iberê Camargo.

Grandes Mestres: Tomaselli promete repetir o sucesso dos filmes anteriores, Danubio e Zoravia, com identidade própria. Pensados para agradar aos especialistas, mas destinados ao grande público, têm linguagem e ritmo vibrantes e agregam aos depoimentos imagens de época, animação e outros recursos.

Fonte: Correio do Povo

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