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Irmã Amélia Catarina Backes, natural de Santa Maria do Herval, celebra 65 anos de muita fé

29/02/2024 - 23h55min

Atualizada em 01/03/2024 - 13h58min

Irmã Amélia está completando 65 anos de vida religiosa.

A religiosa é filha desta terra, da localidade de Padre Eterno Baixo;

Missa de Ação de Graças será neste dia 3 na Paróquia

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval | Uma missa de Ação de Graças vai celebrar os 65 anos de vida religiosa consagrada da irmã Amélia Catarina Backes, 86 anos. Será domingo, dia 3 de março às 10h30 na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.

Ela pertence à Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã. Já prestou serviços de caridade em várias comunidades do Rio Grande do Sul e agora reside em São Leopoldo.

Amélia é filha de Santa Maria do Herval, nascida na localidade de Padre Eterno Baixo. Foi batizada na igreja Matriz Nossa Senhora Auxiliadora o que determinou celebrar este momento nesta comunidade.

Na cerimônia também será lembrada a sobrinha de Amélia, a irmã Maria Edi Dapper, que em fevereiro deste ano completou 47 anos de vida religiosa consagrada.

Edi também é filha da Paróquia, pertence à Congregação Filhas de Santa Maria da Providência. Já prestou serviços de caridade em vários estados do Brasil como também na Itália. No momento reside no Rio de Janeiro e também estará presente neste dia.

A TRAJETÓRIA DA IRMÃ

Amélia nasceu no final da tarde do dia 25 de janeiro de 1938. Os pais Aloysio Backes e Catarina Staub Backes tiveram quatro filhos, dos quais ela é a terceira.

Eram católicos e procuravam levar os filhos nos primeiros dias após o nascimento para serem batizados. Assim, Amélia foi batizada na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora no dia 27 de janeiro de 1938.

Aos dois anos, em maio de 1940, foi crismada no mesmo templo. Aos sete passou a frequentar a escola, em Padre Eterno.

Irmãs Aparecidinhas

No fim de 1949 vieram para a região as irmãs Aparecidinhas. Os pais decidiram enviar Amélia e um irmão para estudar na escola das Irmãs.

Ela pôde, desta forma, conhecer a vocação religiosa através do testemunho das irmās, bem como das do Coração de Maria e Franciscanas.

A saudade da família

Manifestou, desde cedo, o desejo de tornar-se irmã consagrada. Com 12 anos, em 1950, ingressou no Ginásio Santa Teresinha, em Porto Alegre, como juvenista. Nesse período enfrentou algumas dificuldades pois tinha muitas saudades da família.

Foi, então, acolhida pela irmã Teresilda a quem passou a considerar como uma mãe. Esteve por seis anos no Colégio e, no final de 1955, pouco antes de fazer 18 anos, solicitou seu ingresso no Postulado.

Ao despedir-se da família, já organizando seu enxoval de postulante, conta que a mãe, emocionada, lhe chamou e disse: “eu quero dar a minha bênção para que fiques firme na tua vocação“.

Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã

Amélia permaneceu convicta no seu caminho vocacional, fazendo o processo formativo no Postulantado, em São Leopoldo, e professando pela primeira vez em 1959. Reafirmou seus votos nos quatro anos que se seguiram e, em 3 de fevereiro de 1964, professou definitivamente seus votos como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã.

Após a profissão continuou estudando para concluir o 2º grau. Nesse período esteve no Colégio Bom Conselho, em Porto Alegre, onde também auxiliava em trabalhos domésticos diversos. Em 1968, foi transferida para o Hospital Itapuã (Viamão), onde permaneceu um ano como técnica familiar. No ano seguinte, retornou ao Colégio Santa Teresinha e, também por um ano, atuou, novamente, como técnica familiar. Mesma função exerceu, nos anos seguintes, no Colégio Bom Conselho, Orfanato e Santa Família, em Porto Alegre.

Em 1977, foi para a Pia Instituição, em Porto Alegre, a fim de realizar o estágio de três meses, uma vez que havia concluído seu curso de técnica em economia doméstica. Sua alegria foi grande, pois retornava à convivência amorosa com a irmã Teresilda, que também integrava a comunidade.

Iniciava, então, um novo momento em sua jornada: trabalhava com bordado, pintura e outras atividades com as crianças. Também era solicita e contribuía em diversos trabalhos comunitários.

Catequista por 30 anos

Quando irmã Rosvita assumiu a tarefa de ministra Local da Pia Instituição, convidou-a para que se tornasse catequista das crianças. Foram, então, conhecer a Vila Bom Jesus, no dia em que se realizava a 1º Comunhão das crianças da Pia residentes no entorno da Igreja Nossa Senhora de Fátima.

logo aceitou a missão: estava muito contente por contribuir com a catequese, desejo que tinha há alguns anos. Ministrou crianças e adultos por 30 anos. Relatou em suas memórias: “Eram crianças muito pobres, com casinhas caindo… Eu me sentia feliz. Sonhava em trabalhar com os pobres e ser catequista. Foram os tempos mais felizes“.

“Tudo que se faz por amor e para o bem dos outros é importante”

Em 2005 passou a integrar a Com. Residência Madre Ana, também em Porto Alegre. Realizava serviços diversos na comunidade e continuava seu trabalho na Vila Bom Jesus. Em 2013 atuou como ministra local e vice-diretora da Residência. Foi então, no final de 2015, transferida para a Comunidade Nossa Senhora do Brasil, onde trabalhou como ministra e na pastoral paroquial.

Em fevereiro de 2017 mudou-se para Passo do Sobrado e na Comunidade Santa Clara ajudou na pastoral paroquial, inserindo-se nos meios populares. Em 2018, assumiu como ministra da Comunidade Santa Isabel, em Estrela, onde desenvolve seu trabalho atualmente.

Em todas as tarefas que desempenhou, fala da grande alegria de poder contribuir com as pessoas e comunidades: “(…) assim passei minha vida. Passei trabalhando em tudo, como nos serviços gerais, cozinha… Tudo que se faz por amor e para o bem dos outros é importante, e o maior bem Deus sempre, sempre cuidou”.

UM EXEMPLO

A sobrinha de Amélia por parte de mãe, Maria Ines Dapper, conta que a religiosa é muito querida por toda a família, lembrando que nas férias sempre os visitava.

Já sabíamos mais ou menos quando era a época de férias da tia Ir. Amélia. Não tinha a tecnologia como hoje, durante o ano nos comunicamos através de cartas, o que era demorado para ter retorno e o acesso ao telefone era difícil. No entanto, aproveitamos bem as férias para convivermos bons momentos.

As visitas eram sempre de uma semana. Amélia sempre contribuía com os estudos dos sobrinhos, ensinava a fazer trabalhos manuais (crochê, tricô, pintura em tecido) – o que fazia com as crianças com as quais trabalhava.

Ines lembra que ela ajudava nos afazeres da casa. “Ia para a horta colher os legumes, fazia conservas para não perder nada das colheitas e até nos acompanhava na roça.

As férias dela não eram de descanso, mas de dias diferentes na companhia dos familiares. “Para nós ela sempre foi um exemplo de pessoa. Ela tem muita fé, é alegre, otimista, dedicada aos seus afazeres e disposta a ajudar a quem fosse de seu alcance. Uma tia que todo sobrinho gostaria de ter.”

Amélia é o único membro da família dela que ainda vive. “Ela tem nossa família de sobrinhos, e um sobrinho por parte de um irmão e do outro irmão tem 3 sobrinhos adotivos.”

 

 

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