Educador físico Girardi encerra suas atividades na APAE após 19 anos

 

Por Hermes Reich

 

“Eu saio com o dever cumprido. Acredito que eu fiz a minha parte…”

 

A vida é feita de ciclos e, quando um acaba, é o momento de seguir em frente. A terça-feira, 20 de dezembro, ficará para sempre guardada na memória do educador físico Girardi Altenhofen, de 55 anos de idade. Ele encerrou suas atividades na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Dois Irmãos.

O Girardi, é um daqueles profissionais que se dedicam de corpo e alma no trabalho, mas com um ingrediente a mais: a paixão pelo que faz. Iniciou na entidade assistencial em 2003 – lá se vão19 anos e quatro meses -, que, segundo ele, foram de muito aprendizado, trabalho e amizades.

“Estou deixando uma marca boa, mas a vida é de ciclos: tem início, meio e fim. Chegou o momento de fazer escolhas e eu optei por me desligar da APAE. É um momento difícil e de muita emoção porque o apego com os alunos é muito grande, tanto eu com eles como eles comigo”, conta o emocionado Girardi.

 

  Dever cumprido

 

A APAE de Dois Irmãos é uma entidade com grandes conquistas na área esportiva. Atualmente a PAE conta com, além de atividades de educação física, bocha paralímpica e equipes de futsal masculino e feminino – participou de competições fora do município, além da olimpíada estadual de forma inédita – quatro alunos conquistaram oito medalhas.

“Eu saio com o dever cumprido. Acredito que eu fiz a minha parte e o mais importante é que pais, alunos e comunidade reconhecem esse trabalho. Então, estou superfeliz, apesar de a despedida doer muito”, disse o educador físico.

Girardi também recorda com carinho o tempo que iniciou na entidade, principalmente os primeiros 5 anos como voluntário, depois passou a prestador de serviço e a partir de março de 2018 atuando com carteira assinada.

“A equipe da APAE é muito boa e organizada, tem bons profissionais. É uma APAE diferenciada das outras. Apesar de eu não fazer mais parte da equipe, mesmo assim meu vínculo de amizade continua.”

 

Aprender para evoluir

 

De acordo com Girardi, a evolução dos alunos foi fantástica. Ele conta que muitos deles participaram do processo de aprendizado, desde quando iniciou suas atividades na APAE.

“Eu precisava entender os limites deles para conseguir desenvolver seus potenciais. Eles são pessoas como as outras, e muitas vezes a sociedade não entende isso.”

Girardi também destaca a autonomia dos alunos, principalmente a partir do trabalho desenvolvido pela APAE. “A APAE faz um excelente trabalho, tanto que alguns alunos já estão inseridos no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia, eles foram para as olimpíadas com autonomia total e souberam se virar praticamente sozinhos, e eu estava lá simplesmente como técnico. O que precisamos é dar confiança a essas pessoas, e isso eu consegui passar para eles. Eu me sinto realizado!”

 

Novo ciclo

 

Girardi conta que seguirá trabalhando na área, inclusive já está inserido em um projeto de coordenação de atividades físicas em Morro Reuter, além de projetos para terceira idade nas comunidades.

“É preciso seguir em frente. Tenho a certeza que o próximo profissional fará um grande trabalho também. Torço para o sucesso de quem vier.”