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EUA entram em guerra contra o Irã e escalam conflito no Oriente Médio

22/06/2025 - 07h09min

Trump disse que ou Irã aceita a paz ou ataques serão piores. | Reprodução/Casa Branca

Em um movimento que marca a entrada oficial dos Estados Unidos na guerra entre Israel e Irã, o presidente americano Donald Trump confirmou, neste sábado (21), o bombardeio de três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. O Irã reconheceu os ataques e alertou que, a partir de agora, cidadãos e militares americanos na região serão considerados alvos.

“Concluímos com muito sucesso nosso ataque aos três locais nucleares no Irã”, escreveu Trump em sua rede social, às 20h50 (horário de Brasília). Logo depois, ele afirmou: “Fordow, se foi”, sugerindo a destruição da instalação subterrânea considerada estratégica para o programa nuclear iraniano.

Segundo o presidente, as forças americanas utilizaram bombardeiros B-2 Spirit, capazes de transportar armamentos pesados. Para o ataque em Fordow, foram lançadas seis bombas especializadas em destruir bunkers. Nos demais alvos, 30 mísseis Tomahawk foram utilizados. Trump garantiu que todas as aeronaves já haviam deixado o espaço aéreo iraniano e retornado em segurança.

Em pronunciamento oficial realizado por volta das 23h, Trump endureceu o tom: “Ou haverá paz, ou tragédia para o Irã”, afirmou.

Primeira ação militar direta desde 1979

Esta é a primeira vez que os EUA bombardeiam o Irã diretamente desde a Revolução Islâmica de 1979. O ataque vem após uma semana de intensos combates aéreos entre Israel e Irã, com bombardeios mútuos. O Irã retaliou recentemente com mísseis lançados contra Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, intensificando o cenário de guerra aberta.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou a ação americana e disse que o ataque “vai mudar a história”. A TV estatal iraniana, por sua vez, declarou que qualquer cidadão ou militar dos EUA na região passa a ser considerado inimigo.

Escalada planejada

A entrada dos Estados Unidos no conflito era aguardada por analistas. Em fevereiro, Trump retomou a política de “pressão máxima” contra Teerã, buscando forçar um novo acordo nuclear. Nos últimos dias, o presidente vinha dando sinais de que uma ação militar estava em curso. Na terça-feira (17), afirmou que “já tínhamos o controle do céu do Irã” e sugeriu que conhecia o paradeiro do líder supremo iraniano, Ali Khamenei.

Na quinta-feira (19), havia dito que tomaria uma decisão em até duas semanas — mas o ataque veio dois dias depois, em clara resposta à escalada da tensão regional.

Reações internacionais

O secretário-geral da ONU classificou os acontecimentos como “potencialmente catastróficos” e pediu contenção imediata. A emissora israelense Kan informou que houve “coordenação total” entre Israel e Washington para o ataque.

Especialistas em Direito Internacional, como a doutora Priscila Caneparo, afirmam que “os Estados Unidos são os únicos com capacidade real de neutralizar o programa nuclear iraniano, diferentemente de Israel”.

A guerra agora entra em um novo estágio, com consequências imprevisíveis para o equilíbrio geopolítico global. A movimentação de tropas e o reforço de bases americanas na região já é monitorado por aliados e adversários. O mundo aguarda os próximos passos — e teme um novo conflito de proporções mundiais.

 

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