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MetSul projeta chegada do ciclone Yakekan com vento intenso e risco de danos no RS

17/05/2022 - 10h20min

Imagem? reprodução;MetSul

De acordo com o último boletim emitido pela MetSul Meteorologia em seu site na manhã desta terça-feira, o ciclone Yakecan alcança hoje a costa gaúcho e vai trazer vento muito forte e intenso, que localmente pode ser extremamente forte em pontos do Leste do Estado, com rajadas perto e acima de 100 km/h em grande parte da costa e da área da Lagoa dos Patos e entorno, mas que em algumas localidades podem exceder 120 km/h, que já é considerada força de furacão.

A tempestade marítima ainda deve trazer chuva que no Leste gaúcho por vezes será forte e até torrencial em diversas cidades durante a passagem do ciclone. Uma vez que o sistema deverá se deslocar muito rapidamente pela costa, menos de doze horas entre a sua aproximação pelo Sul gaúcho e distanciamento pelo Norte, os acumulados de precipitação não deverão ser extremos na maior parte das cidades do Leste gaúcho. Mesmo assim haverá pontos com 50 mm a 100 mm.

O ciclone é classificado como subtropical pela Marinha do Brasil. O sistema recebeu o nome de Yakecan, que significa o “som do céu” na língua tupi-guarani. Considerando as projeções de vento sustentado, que definem o subtipo de ciclone tropical, a tendência é de uma forte tempestade tropical na costa gaúcha e que poderá trazer rajadas de vento com força de furacão (acima de 120 km/h), embora não seja um furacão.

A atuação deste ciclone ocorre sob a influência de uma massa de ar frio e a ocorrência de vento forte. Chuva e a baixa temperatura vão trazer sensação térmica muito baixa e desconfortável para quem estiver na rua. Valores de sensação térmica negativa devem ser esperados na Serra e Aparados da Serra, além do Planalto Sul Catarinense.

A QUANTO O VENTO PODE CHEGAR

Grande parte do interior gaúcho terá vento de 50 km/h a 60 km/h, mas o Sul e o Leste do Rio Grande do Sul devem ter vento muito forte a intenso, com rajadas perto ou acima de 100 km/h em toda a faixa costeira do Sul ao Norte assim como na região da Lagoa dos Patos, áreas que serão as mais afetadas por Yakecan entre hoje e amanhã.

O vento, em média, no Sul e no Leste gaúcho deve atingir 80 km/h a 100 km/h, mas vários pontos devem ter rajadas de 100 km/h a 120 km/h, com risco de marcas isoladas na Lagoa dos Patos e na costa de até 130 km/h ou 140 km/h. A região de Mostardas a Palmares do Sul e Cidreira deve ser a com vento mais intenso, com força de furacão em alguns momentos. Esta região entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico que vai de Rio Grande à área de Palmares do Sul, Quintão, Pinhal e Cidreira deve ser a mais castigada por vento com rajadas com força de furacão (acima de 120 km/h em alguns momentos).

Em Porto Alegre, a estimativa da MetSul é de rajadas, em média, de 80 km/h a 90 km/h, mas, adverte-se, a topografia da cidade (morros e prédios que canalizam vento) e a presença da lagoa ao Sul e do Guaíba a Oeste, podem resultar em vento perto ou superior a 100 km/h, sobretudo em pontos mais ao Sul da cidade e próximos da Lagoa dos Patos. Cidades mais ao Sul da área metropolitana como Guaíba, Eldorado do Sul e Viamão podem igualmente ter vento muito forte. O Vale do Sinos, pelo seu relevo, costuma ter vento menos forte.

O Litoral Norte gaúcho, de maior população que o Sul, terá vento muito forte a intenso com rajadas localmente extremamente fortes e com potencial de danos. São esperadas rajadas perto ou acima de 100 km/h e potencialmente mais intensas em praias e municípios mais ao Sul da região. Em alguns balneários, o vento pode ficar entre 110 km/h e 120 km/h na beira da praia. Mais ao Norte, embora se preveja vento muito forte a intenso em alguns momentos, as rajadas seriam menos violentas que em praias mais ao Sul da região.

CIDADES DE MAIOR RISCO

Os municípios de maior risco no Rio Grande do Sul por vento muito forte a intenso e localmente extremo são Chuí, Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Rio Grande, Capão do Leão, São José do Norte, Piratini, Pedro Osório, Pinheiro Machado, Morro Redondo, Turuçu, São Lourenço do Sul, Cristal, Camaquã, Mostardas, São José do Norte, Tapes, Camaquã, Sertão Santana, Cerro Grande do Sul, Sentinela do Sul, Mariana Pimentel, Guaíba, Barra do Ribeiro, Eldorado do Sul, Viamão, Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada, Glorinha, Osório, Tavares, Santo Antônio da Patrulha, Palmares do Sul, Balneário Pinhal, Cidreira, Tramandaí, Xangri-lá, Imbé, Capão da Canoa, Arroio do Sal, Maquiné, Terra de Areia, Três Cachoeiras, e Torres.

IMPACTO PODE SER SIGNIFICATIVO

Há alta probabilidade de danos na passagem deste ciclone pelo Sul e o Leste do Rio Grande do Sul entre amanhã e a quarta-feira. Adverte-se para a possibilidade elevada de destelhamentos, quedas de árvores, quedas de postes, colapso de estruturas como placas, etc. Prédios mais altos nas cidades de médio e grande porte por onde passará o ciclone devem ter vento mais intenso nos andares elevados que no nível térreo e há risco de quebras de vidros e quedas de estruturas.

Espera-se um impacto muito alto no serviço de energia com a esmagadora maioria dos pontos sem luz na área de concessão da CEEE Equatorial, onde, considerado a projeção de vento, elevado número de clientes deve ficar sem luz. Na área de concessão da RGE, embora se preveja vento forte em áreas do Centro para o Leste gaúcho, as consequências devem ser menos graves que na região de atuação da CEEE. Com falta de luz, há risco de falta de água, uma vez que as estações de DMAE, CORSAN e outros serviços de saneamento são dependentes de energia.

Adverte-se ainda para a ocorrência de ressaca de grandes proporções na costa do Rio Grande do Sul. A Marinha do Brasil está projetando ondas de 4 a 6 metros junto ao litoral gaúcho com aviso de mar muito grosso. A MetSul alerta que a ressaca pode ser muito forte com elevação da maré, o que pode trazer danos em áreas costeiras e erosão na costa, havendo risco em especial para estruturas na beira das praias como guaritas, quiosques e calçadões.

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