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Um ano depois, praticamente nada mudou para evitar futuras tragédias

11/10/2018 - 17h26min

Atualizada em 15/10/2018 - 09h01min

Santa Maria do Herval – Um ano depois do acidente trágico que tirou a vida de Jair Neumann, 45 anos, quase nada aconteceu para tentar evitar novos acidentes na chamada “Curva da Morte”, na entrada de Santa Maria do Herval. O local já foi cenário de quase 30 acidentes e, pelo menos, seis mortes nos últimos anos. Quase todas as colisões atingiram as grades, portão ou a casa de Beto e Alicie Closs, 72 e 71 anos, respectivamente, que moram junto à curva. No último acidente com morte, registrado no dia 6 de outubro de 2017, um caminhão sem freio, que seguia no sentido Morro Reuter/Herval, invadiu a contramão, atingindo a Saveiro de Jair, que foi arremessado por diversos metros e morreu no local. Após atingir o carro, o caminhão tombou dentro do pátio de Beto, parando após arrebentar as grades e atingir uma árvore. “O coração da gente sempre dispara quando um caminhão se aproxima com um pouco mais de velocidade na curva. Graças a Deus, nos últimos 12 meses não foram registrados mais nenhum acidente, mas só não aconteceram por sorte. Nada foi feito para mudar o caimento da curva e, além disso, muitos motoristas continuam sendo imprudentes”, conta Beto.

A rotina de Beto e Alicie sofreu muitas mudanças nos últimos anos em decorrência dos acidentes. Por diversas vezes, os dois quase foram atingidos por veículos desgovernados dentro do pátio. Hoje,  eles não usam mais os cômodos da casa, da parte da frente, durante o dia. “Passamos o dia na sala e cozinha que foram construídas nos fundos. É mais seguro. Também não deixo mais o carro estacionado no início do pátio, perto do portão. À noite, continuamos dormindo no nosso quarto, na frente, porque ainda é mais seguro, já que os acidentes ocorreram, na sua maioria, de dia. Quando corto a grama, fico sempre atento ao movimento na rua. Se escuto algo um pouco diferente, já olho e tento sair. É um olho na máquina e um na rua”.

CRIANÇAS

Por cerca de 10 anos, o casal cuidou de crianças. No entanto, quando os acidentes passaram a ocorrer de forma mais frequente e com gravidades, eles decidiram parar de cuidar delas por questão de segurança. “Não tinha como continuar. Imagina se um carro ou caminhão invadisse o pátio ou a casa e pegasse uma criança. Nunca nos perdoaríamos. O mesmo cuidado temos com nossa neta, não costumamos ficar no pátio da frente. O local é evitado por segurança, pois um acidente destes pode ocorrer a qualquer momento”, conta Beto.

PREFEITA MARA:

“Tentamos conseguir cancha de areia para a lateral da rua”

A prefeita Mara Stoffel reconhece que nos últimos 12 meses praticamente nada evoluiu em relação a melhorias de infraestrutura na Curva da Morte. “Não evoluiu quase nada. Na nossa avaliação, o mais indicado é construir uma cancha de areia na lateral da rua, o que ajudaria o veículo desgovernado a reduzir velocidade”, disse a chefe do Executivo. Logo após o acidente, a Prefeitura protocolou o pedido da obra, assim como apresentou um dossiê com reportagens dos acidentes, junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). “Em março, tivemos uma audiência e nos informaram que estavam fazendo estudo no local. No entanto, apesar dos pedidos e ligações, ainda não obtivemos retorno”, conta. A única movimentação do Daer foi pintar sinalizações de redução de velocidade em alguns trechos próximo e antes da curva, com o objetivo de orientar os motoristas.

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