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“Não lembro de nada, só vi o clarão”, diz mulher que assumiu condução de veículo que matou motociclista na BR-116

Por Geison Concencia
Uma enfermeira de 44 anos, moradora de Lindolfo Collor, assumiu ter conduzido o Mercedes-Benz GLA 250 branco envolvido em um acidente ocorrido na madrugada da Sexta-Feira Santa, no quilômetro 231 da BR-116, próximo ao limite entre Estância Velha e Ivoti. A colisão resultou na morte de Karine Louise Friedrich, de 43 anos, que retornava de um trabalho realizado em Ivoti.
Conforme informações preliminares, o veículo seguia no sentido Capital–interior com um casal a bordo. A mulher declarou ter assumido a direção do automóvel.
Questionada sobre as marcas de frenagem que indicariam uma possível invasão de pista, a suposta condutora afirmou não se lembrar do momento do impacto. “Só vi um clarão vindo na minha direção”, disse.
Ela confirmou que seu namorado, um médico de 48 anos, estava embriagado. Ele possui a carteira de habilitação suspensa e o veículo, com placas de São Leopoldo, estava com o licenciamento vencido. No entanto, segundo a enfermeira, ele não conduzia o carro no momento do acidente. “Estávamos na casa de um amigo, ele estava tocando música, tanto que o violão está dentro do carro. Mas ele não foi ouvido porque era carona”, justificou.
Sobre a velocidade com que trafegava, a mulher afirmou não lembrar com exatidão. Disse também que não se recusou a fazer o teste do etilômetro, mas foi encaminhada ao Hospital São José devido às fortes dores que sentia no tórax. Ainda conforme seu relato, o médico plantonista não considerou necessário realizar o exame de sangue.
Apesar de não saber precisar a própria velocidade, ela apontou que a motociclista também estaria em alta velocidade e possivelmente embriagada. “Ela também não estava devagar. Tenho certeza. Porque ela veio para cima. De mim, só vi o clarão. Então, ela poderia estar embriagada.”
A mulher afirmou ainda que foi retirada do veículo por populares que seguiam uma caravana em direção ao Santuário do Padre Reus, pois sua porta estaria travada. “Minha porta foi aberta por populares. A PRF chegou depois”, declarou.
Médico já se envolveu em outros acidentes
O mesmo carro esteve envolvido em outro acidente no dia 14 de outubro do ano passado, em Lindolfo Collor. Na ocasião, o médico não estava no veículo. Dois meses antes, em agosto, ele teve a carteira de habilitação suspensa após se envolver em uma colisão com dois veículos estacionados. Na época, ele também se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Em 2019, o médico se envolveu em um acidente com vítima em São Leopoldo e fugiu do local. Ele foi identificado posteriormente por meio de imagens de câmeras de segurança.
O mesmo veículo foi encontrado em uma área de mata em 2024, no município de Lindolfo Collor