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Rei e Rainha de Morro Reuter aquecem o inverno da região

22/06/2022 - 10h47min

Além da representar o Morro pela região, o Rei e a Rainha do Kerb trabalham com lenha em Walachai. Agora, no inverno, a demanda é alta (Créd. Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Morro Reuter – Não é só nos bailes, festas e eventos que o rei a rainha do Kerb de Morro Reuter, José Flávio, 62 anos, e Lurdes Birck, 60 anos, “aquecem” o povo com muita disposição e alegria. Na época mais fria do ano eles também trabalham com lenha, vendendo para diferentes localidades e, inclusive, para fora do Município.

As últimas semanas que antecederam a chegada do inverno tem sido, de forma especial, de trabalho intenso na propriedade da família que fica em Walachai. Flávio, o filho Mateus e demais funcionários estavam com muita demanda para atender. “Quando as pessoas ficaram sabendo que estávamos vendendo, tivemos uma grande procura”, conta. Em poucos dias comercializaram vários metros.

Eles compram a lenha de trabalhadores da região, cortam, racham e entregam conforme o pedido. Tem madeira mista e demais variedades. Claro, está função é somente neste período do ano em que os fogões e lareiras são mais requisitados para dar conta do clima gelado da Serra. Quem deseja comprar, deve entrar em contato pelo 051 99133-2257.

No inverno a demanda por lenha é grande (Créd. Cleiton Zimer)

O trabalho não para

Na verdade o trabalho com a lenha é secundário, na época do inverno apenas. Ao longo do ano atuam com jardinagem pela região. A empresa conta com sete funcionários, dentre eles Flávio, que não pensa em se aposentar.

O trabalho é uma maneira de ocupar o homem. Não somos escravos do trabalho, trabalhamos para manter a saúde”, afirma.

Enquanto isso Lurdes cuida de crianças, estando sempre junto ao marido. Lado a lado eles vivem em uma propriedade com vista privilegiada no alto do vale em Walachai.

União de 40 anos

No final do ano o casal completa 40 anos de casamento. Eles se conheceram enquanto trabalhavam em uma indústria de calçados, setor no qual trabalharam por mais de 25 anos – depois disso Flávio foi para a jardinagem e, Lurdes, começou a cuidar das crianças da comunidade.

Os dois se recordam como se fosse hoje. Era segunda-feira, cada qual trabalhava em um canto da fábrica e, de repente, os olhares se cruzaram entre os cavaletes da esteira.

Naquele mesmo sábado já foram para uma festa em Dois Irmãos; no domingo seguinte foram juntos para Santa Maria do Herval. “No terceiro final de semana cheguei nela e falei: e agora, onde vamos?”, lembra Flávio.

Lurdes conta que o convidou para vir conhecer a família. “Aí comprei uma caixa de bombom e pedi para o motorista do ônibus me deixar na escola do Walachai, que era o que eu conhecia. Cheguei e tinha seis gurias me esperando”, conta ele.

Lurdes explica que, na época, não se podia ficar sozinha esperando um homem. “Assim, fui aguardar ele na parada com minhas amigas”.

O Rei e a Rainha do Kerb vivem em um lugar privilegiado no alto de Walachai (Créd. Cleiton Zimer)

Desafios, lutas e conquistas

Ao longo destes 40 anos o casal enfrentou vários desafios, alguns dos quais não foram fáceis. Mas, segurando-se ao sentimento que os unia criaram os dois filhos, Mateus e Mônica, e hoje vivem a alegria dos três netos.

Testemunha de vida

Qual o segredo para um relacionamento de 40 anos? “É preciso saber viver a dois, conviver, respeitar e dialogar”, afirma Lurdes.

Essa é uma pergunta frequente que chega até eles. Hoje, dão testemunho de vida para noivos que vão se casar. “O casamento é como uma rosa: começa lá embaixo e, com o tempo, é preciso desviar dos espinhos para chegar na flor. Sempre vai ter a rosa e os espinhos. E, na vida do casal, é preciso saber contornar as coisas difíceis para viver os bons momentos. Uma coisa não existe sem a outra”, afirma Flávio.

Rei e Rainha

Lurdes e Flávio representam Morro Reuter pela região (Créd. Cleiton Zimer – arquivo)

Há 16 anos houve a escolha do Rei e Rainha do Kerb de Morro Reuter. O casal se inscreveu e, até hoje, seguem exercendo com maestria o dever que lhes foi atribuído: o de levar o nome de Morro Reuter para todos os cantos da região.

Na propriedade onde moram, enfeitam todos os espaços do jardim de forma criativa. Também recebem retiros de jovens da Igreja; no local eles levantam acampamento e permanecem por dias.

O casal mantém o jardim enfeitado (Créd. Cleiton Zimer)

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