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Nova Petrópolis: “caça ao porco” é proibida em definitivo
Nova Petrópolis – A tradicional “caça ao leitão”, que acontecia anualmente na Festa do Leitão, foi proibida em definitivo. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) confirmou a proibição na última sexta-feira, 13, resultado de uma ação civil pública ajuizada pela associação União Pela Vida (UPV), de Porto Alegre. Em 2019, a prática foi proibida às vésperas da realização da festa.
A alegação da UPV, é de que a atividade causa sofrimento físico e psicológico aos animais. Na “caçada”, os participantes correm atrás do porco tentando capturá-lo. Quem conseguir segurá-lo firmemente, vence a prova e fica com o leitão como prêmio. A proibição gerou grande repercussão no ano passado, entre apoiadores e críticos, contudo, a decisão não foi revertida e a caça foi substituída por corridas em um circuito com água e sabão, sem os animais.
Este ano, devido a pandemia, a 21ª Festa do Leitão não acontecerá, mesmo assim, a Sociedade Cultural e Recreativa Concórdia, local da festa, já foi comunicada. O presidente da Sociedade, Lenon Kirsch, disse que a decisão ainda cabe recurso, mas isso não deve ocorrer. “Como a justiça definiu, vamos acatar. Apenas vamos seguir o rito processual, se a justiça entende dessa forma vamos cumprir”.
Kirsch chegou a dizer que, no ano passado, a Sociedade processaria a associação União Pela Vida e a imprensa da Capital pelos prejuízos causados pela proibição (cerca de 30% a menos de almoços foram vendidos após a proibição), que giram em torno de R$ 10 mil, e pela mídia “sensacionalista” criada na época. “Disseram que a gente caçava, matava e assava o leitão. Uma coisa sem nexo, ignorância de não conhecer nossa cultura”, disse na ocasião. Porém, a diretoria não quis gerar mais polêmica em torno do assunto e não processou.
Mais perdas
A Festa do Leilão representa a arrecadação financeira de grande parte do ano da Sociedade e, em 2019, a não realização da caçada já havia comprometido as receitas. Já em 2020, a situação foi agradava devido à pandemia do coronavírus, que impediu a realização da festa e outras tantas atividades.
Segundo Kirsch, o clube foi muito afetado com essa pandemia e que está cada vez mais difícil mantê-la aberta. “A quadra de esportes, que gera receita, ficou fechada por sete meses, três festas foram canceladas. O que geraria algum dinheiro para o clube se manter em pé, não houve, e as despesas com manutenção seguiram”, comentou.
Com o retorno das atividades ainda incerto, e agora com a caçada proibida em definitivo, fica um ponto de interrogação no futuro da Concórdia. “É muito difícil manter as sociedades hoje, vejo que não muito longe não vão ter pessoas pra fazer gestão e as sociedades acabarão fechando as portas”, finalizou.