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Relato de uma história que avançou fronteiras na região
Morro Reuter –
Provável caverna pode ter servido de refúgio para os Mucker
Sempre há algo a conhecer com fatos contados. Entre seus grandes méritos, está o de ter a relevância da narrativa para a história. Nesse sentido, o relato que o artista plástico Flávio Scholles escutou de sua mãe sobre a existência de uma caverna habitada pelos Mucker no município de Morro Reuter, para maioria dos moradores e pessoas da região é um acontecimento inédito.
“Quando eu era criança, entre 7 e 8 anos, minha mãe dizia que aqui perto do Belvedere, cerca de 100 metros de distância do mirante, existia uma caverna com 8 quilômetros de extensão, que começava onde hoje está localizada a Metalúrgica Reuter, e se estendia até a localidade de Walachai. Ela contava que dali de dentro saiam pessoas que caminhavam de lado. Inclusive, li um artigo sobre o Tibete que fala sobre pessoas que vivem nas montanhas e caminham de lado, e não para frente. E o mais interessante de tudo, quando os Mucker fugiram do Morro Ferrabraz, em Sapiranga, devido a guerra com o Coronel Genuíno Sampaio, trouxeram dois tesouros e os enterraram nessa caverna.
Flávio Scholles relata ainda que quando estavam trabalhando no Museu de Dois Irmãos, um pedreiro chamado João, chegou a entrar na caverna que era composta por salões, e quanto mais se dirigia ao fundo dela a quantidade de oxigênio ia diminuindo até acabar, segundo o pedreiro. Scholles entende que numa cidade, como Morro Reuter, em que o turismo tem potencial de crescimento, apostar nessa história pode render bons frutos.
“Na minha visão, a caverna seria um grande ato turístico. Inclusive, o Urbim, que escreveu a história de Morro Reuter, em dois ou três momentos ele cita pessoas que falaram desse episódio da caverna”, destaca o artista.
Um breve relato sobre o episódio Mucker
Jacobina Mentz Maurer era filha de imigrantes alemães (André Mentz e Maria Elisabeth Muller). Ela nasceu em Hamburgo Velho, em junho de 1842. Desde criança recebeu forte educação religiosa de seus pais. Em 1866, Jacobina casou-se com João Jorge Maurer, e passou a viver ao pé do Morro Ferrabraz, onde hoje funciona o campo de pouso das asas-deltas e paraglaiders, em Sapiranga.
Foi em 1868 que o casal Maurer começou a tratar das pessoas doentes, e Jacobina, que tinha forte influência religiosa, começou a pregar em alemão as palavras da Bíblia. Os moradores e as autoridades viram como ameaçadora as atitudes de Jacobina, e começaram a perseguição a ela e a seus seguidores, os Mucker. Jacobina foi morta no confronto com soldados do Coronel Genuíno Sampaio em 02/08/1874, no Morro Ferrabraz.